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ESPINHEIRO-BRANCO   (Acacia caboverdeana)

no Parque Natural da Baía do Inferno e do Monte Angra

Endemismo de Cabo Verde: Sim
 

A Acacia caboverdeana ou espinheiro-branco é um endemismo nacional. É também uma espécie emblemática na Ilha de Santiago. No futuro Parque Natural da Baía do Inferno e do Monte Angra (PNBIMA), que se espera venha a surgir num futuro próximo, perduram ainda povoamentos pouco perturbados pela acção antrópica e onde não se encontram misturadas outras espécies de porte arbustivo e arbóreo que foram introduzidas recentemente, como é o caso da “concorrente” acácia comum (Prosopis juliflora).

 

Num artigo científico recentemente publicado, intitulado “The Role of Climate and Topography in Shaping the Diversity of Plant Communities in Cabo Verde Islands”, afirma-se que a Acacia caboverdeana é um elemento tropical africano da vegetação do arquipélago, que domina nas comunidades vegetais características das savanas áridas e semi-áridas. Na Ilha de Santiago, afirmam os autores, existem ainda pequenas manchas muito pouco perturbadas de Acacia caboverdeana. Dão como exemplo uma mancha nas proximidades de Ribeira da Barca. Um pouco mais para SE, não longe de Porto Rincão, existem outras pequenas manchas pouco perturbadas, afirmamos nós!

 

Ilídio do Amaral, na sua obra de referência “Santiago de Cabo Verde. A Terra e os Homens”, publicada em 1964, também se refere à vegetação, escrevendo: Por toda a parte está bem patente a degradação da cobertura vegetal da ilha (…), certamente acelerada pelo trabalho contínuo de destruição levado a efeito pelos homens e pelos animais (…). Desde os primeiros tempos da colonização a vegetação tem sido profundamente transformada, derrubada para fornecimento de combustível e materiais de construção, e comida pelos animais que, em grande número, desde então têm povoado a ilha.

 

Assim, a presença destas manchas pouco perturbadas de espinheiro-branco é uma das muitas justificações que se podem elencar para a delimitação de uma nova área protegida em Cabo Verde. E, no futuro, poderá justificar investigação aprofundada à volta desta espécie, a par da sua propagação em viveiro e reinstalação no PNBIMA.

 

Afinal de contas, as árvores endémicas são fortes aliadas do Homem no combate às alterações climáticas!

Texto: Nuno de Santos Loureiro

Fotografias: Nuno de Santos Loureiro

Revisão mais recente: 24 de Fevereiro de 2021

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